domingo, 30 de dezembro de 2007

O fantástico mundo da linguagem (BIZZOCCHI. A. - Revista Ciência Hoje. Vol. 28, nª 164.)

O texto em questão tem por objetivo sintetizar a trajetória dos estudos sobre a linguagem com o passar dos anos. Para isso, o autor relata desde as primeiras concepções de linguagem até as mais atuais, obtidas com o desenvolvimento de teorias oriundas da lingüística. Para Bizzocchi, filósofos como Parmênides, Descartes e Heráclito, ao refletirem sobre pensamento e existência, já associavam essas questões à linguagem, pois a palavra seria a forma de materialização do pensamento. Então, o autor procura responder ao seguinte questionamento: "Por que o homem fala?", ou seja, por que apenas o homem consegue utilizar a linguagem de forma articulada através de palavras que se combinam por regras? Para responder esta questão, o autor utiliza a teoria da Torre de Babel, acreditando que todas as línguas teriam origem em um único código primitivo. A partir da preocupação com o instrumento utilizado para a produção da linguagem, a língua, o autor traça, através de uma levantamento histórico, a trajetória de desenvolvimento da lingüística, desde sua origem até a sua associação com a semiótica. Através da explicação tecida pelo autor, observa-se que a preocupação acerca da descrição do funcionamento de um idioma teve início por volta do século 6 a.C, mas foi no século 5 a.C. que o estudo da linguagem começou a ser visto como indispensável. Na Idade Média começa a ser trabalhada a questão do signo como representação material de algo, o que na renascença é direcionado para a linguagem, qu sendo um sistema racional de descrição da natureza, teria os signos como representações adequadas da realidade. O próximo tópico tratado pelo autor aborda o estudo histórico comparativo das línguas, a partir do qual, por exemplo, se chegou a conclusão de que o latim vulgar originou a nossa língua.Trata-se de um método comparativo, onde as semelhanças entre as línguas são analisadas de forma a evidenciar sua origem. O autor ainda relata que Saussure era um dos estudiosos desse método e que, ao perceber que ele havia se esgotado, criou uma nova possibilidade de estudo, gerando assim o estruturalismo, que tinha como objeto de estudo a língua, estudada por ele em oposição à fala. Por sua vez, com o esgotamento do estruturalismo surge a gramática gerativo-transformacional, de Noam Chomsky, que parte do princípio de que a aptidão lingüística é inata. Concluindo o seu texto, o autor tece considerações sobre a aplicação da lingüística e da semiótica.

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